Lembrando Alvinho.
Conheci Ávaro relativamente há pouco tempo.Uma pessoa alegre, muito educada
de grande erudição na língua e literatura brasileira e portuguesa.Excelente
revisor de textos e falava bem françês.Dedicava-se à leitura.Deu-me um livro
muito importante.Um estudo da poesia de Cora Coralina, lindas poesias rurais e
muito natureza.Uma análise da pessoa e obra da poetisa. Amei. Gostava muito de Álvaro
e continuo gostando das lembranças dele. Sua rapidez e meticulosidade no tabalho. Sua dedicação a
esta casa de educação, revelada na qualidade do períodico, A Revista da Faced.
Conversavámos muito, ríamos muito, um irmão, uma pessoa singular.Não faz muito tempo ele me
mostrou sua foto enquanto criança. Muito lindo. Um menino de Ubaíra, aquele homem
honrado, trabalhador. Nordestino esforçado. Letrado no sentido da palavra e
muito mais. Ficou muito sentido com a partida de José Saramago.
Certa vez ensaiamos passo de
tango. A platéia, nossas colegas, aplaudiu.Brincadeira, não sei dançar tango. Estava sempre brincando.Pequeno,
parecia criança. Não sabia de sua doença.Não pude cuidar dele.Mas, nada mais
importa. Ficam as cenas, os sentimentos fraternos, a ações de amizade que acaba. Mas, todos nós sabemos que
a vida é eterna.Se a vida é para sempre, todos estamos sempre vivos na memória
divina.
Não verei mais Álvaro nesta vida. Talvez na
outra.
Espero que ele seja guardado por
Jeová e que possa ressuscitar, em um mundo melho, com um corpo saudável. É o que
espero para todos os entes queridos, que já se foram. Espero para mim quando for.
Espero para nós todos.