Cogita-se uma mudança de caráter mundial, no sentido econômico que terá consequência de grande impacto, sobre a política e, por transição, as sociedades humanas no planeta Terra. Se, os homens estão a planejar, for certo fazer, que não esqueçam da diversidade cultural deste lugar, para que o plano se sustente. Mudanças radicais exigem, lastros que as possibilitem. Estamos no Séc.XXI.
Graça Pereira Nunes
Quando vi Chan pela primeira vez, ela vivia em. Bar de esquina de rua de um bairro de gente materialmente pobre. Ela era ainda bem pequena. Dormia e acordava ali. Tomava café com leite e comia pão com manteiga. Talvez se sentisse, organicamente, mal com isto. Mas, parecia tranquila e grata. Eu senti muita candura por ela . Não sabia que era fêmea e que um dia estaria na minha casa. No dia em que Chame foi levada para a nossa casa ela ficou relaxada e dormiu muito depois de bem alimentada. Encontrará um lar e sua vida foi muito boa. Entrou no cio engravidou teve lindos filhotes que eu não tive o prazer de criar. Sua vida sofreu uma violência,por ela roubar um filé de peixe que estava em degelo sobre a pia da cozinha. Provocando a ira do dono da casa que não teve piedade de colocar ela e seus filhotes em um saco e levar para lugar ermo. Fiquei impotente diante de tanta guria. Não tive argumentos. Chorava por ela e todos eles procurei-os . Não sabia para onde foram levados. Passaram-se dias e era madrugada. Eu ouvi um miado. Outro e outro. Depois vi um barulhinho. Ela apareceu na janela do quarto. Que alegria e muita emoção. Ela voltara. Voltara sozinha sem os filhotes . . Eu a acolhi. Nada falei. Continuamos a viver. Mudamos de casa. Ela mudou-se conosco. Evitou namorar ,por muito tempo. Talvez pensando que não podia fazer assim. Para a outra casa ela já estava com a gravidez bem adiantada e seu parto foi traumático. Mas, desta vez pariu e ficou com seus filhotinhos. Tive o prazer de tê-los no meu seio de vê-los crescer,tornarem-se belos bichanos de alguns serem levados pela beleza,para outras casas. Ela ficou comigo todo o tempo, na minha solidão e nas minhas noites claras de insônia por pavores. Chance era uma amiga livre e constante. As vezes ela ficava só em casa. Sabia onde estava sua ração e sua água. Entrava e saia pela veneziana, sem vidro, da janela da salinha. Cuidava de tudo e quando eu voltava era só carinho e muita amizade. Depois eu conto como né separei desta grande amiga..
Graça Pereira Nunes.
"Risos. A vez meu pai me disse: filha. Cê tá diferente. Eu vi estranheza nos seus olhos. Entendi que eu havia sido outra pessoa para ele antes. Eu também estranhei pessoas. Elas mudaram porque tudo vai cambiando com o tempo. Mas , sempre fica alguma coisa.Uma bagagem entre as tantas que a gente carrega pela vida afora. São as coisas que ficam conosco até o fim.
Graça Nunes.
As crianças que costumavam vir a noite, rir e brincar lá fora, no escuro, deixaram de vir. Elas brincavam muito e sorriam. Pareciam ter doces ou balas gostosas nas mãos. Bonecas e peões. Pipas. Só as ouvia, nunca as vi. Censurava a situação: pais desalmados , irresponsáveis! Deixam criancinhas na casa dos outros, tarde da noite, correndo e folguedando. Abria a janela, para reclamar. Que é isso! Vocês não dormem? Onde estão Seus pais? Não me davam nenhuma audiência. Não sei onde estavam.
Provavelmente, seu mundo era outro que tangenciava o meu. Quando as percebia com os ouvidos já velhos mas, criativos, ficava em grande atenção. Mas, eu sempre busquei imaginar. Agora a imaginação me procura.
As crianças não vieram mais.Talvez porque tem um tatuzinho peba circulando, lá fora. Talvez porque eu retomei a cerca. Ela não vieram mais porque o costume foi alterado. Talvez porque chegou a Amelinha que late muito. Seus risinhos, comentários e correrias fecharam o ciclo. Seus pais me ouviram e trataram detê-las a noite.
O nosso ponto de interseção tangente do seu e meu mundos saiu da trajetória espiral. Não sinto saudade delas. A situação era intrigante. Mas, tudo bem.
Graça Nunes
Porque que Dilma é a melhor candidata, atualmente? Ela está entre as figuras mundiais que representam a mudança de paradigma no mundo das pessoas.Ela faz parte do grupo, que está na base da transição da velha ordem de coisas socialmente estabelecidas pela categoria social homem em todo o mundo. Precisamos entender isto. A mudança tá já em processo e vai continuar.Precisamos garantir um resultado melhor para quem será no futuro.Talvez, no futuro, não seja mais necessário o carnaval das eleições periódicas.Poderemos evoluir de uma forma tão racional que tenhamos um representante pelo tempo em que ele nos servir bem, contrariando isto, nos servindo mal, será imediatamente demitido e substituído por outro que represente as nossas vontades e resolva , conosco as nossas necessidades.O que temos por agora é isso e vamos saber ver as possibilidades.Precisamos de um mundo muito melhor. Vamos trabalhar para já melhorar aqui.
Imagem de coelho europeu, aphoenicopterus.com
Maria Das Graças Pereira Nunes
Faz é tempo que não se planta aqui. Mas, lembro da minha primeira semeadura. Enterrei sementes de girassóis. Eu não tinha consciência que tenho hoje. Abri covas. Junto com a Zélia Sousa, minha fiel ajudante por dez contínuos anos. Ela vinha todos os dias cuidar da casa e tudo mais e ainda, com a cultura de camponesa, desde a infância , cultivava. Semeamos girassóis e eu nunca tinha feito isto. Nunca tinha plantado girassóis em minha vida e foi uma surpresa tão linda . Plantamos no lado oeste e uma extensão pequena de quatrocentos metros quadrados, toda a área tomada por girassóis.Eu saia diariamente para trabalhar secularmente e numa manhã de sol, Zélia chamou atenção para o ouro. Olha: os girassóis floriram. Eu tinha girassóis! Eu tive um grande jardins de girassóis. A minha emoção foi maior que o jardim. Eu sinto a emoção agora. É como se eles ainda estivessem lá , brilhando ao sol. Fiquei muito alegre. Estou relembrando a minha euforia e sentindo. Algo muito bom. Não é saudade. Os girassóis estão todos aí no lado oeste, entrando pela construção. Estão vivos e brilhantes, eretos por que o dia está no meio. Gratidão.🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Graça Nunes.
"Corina era uma moça pobre. Tinha uma irmã chamada Clara e seu irmão caçula tinha um nome próprio mas, seu apelido era "reizinho" e desta forma nós o tratamos até o tempo presente. Na casa delas, o trabalho era lavar, passar e engomar roupas.sua mãe, D.Lior era lavadeira.A família era sustentada com a lavagem de roupa. De manhã era possível ver Reizinho subir com uma trouxa maior que ele, na cabeça para entregar a roupa lavada e passada contida dentro dela, receber o dinheiro e retornar para casa com pão, café, leite , açúcar e comestíveis. durante muitos anos vimos a luta da mãe aliada aos filhos, no trabalho e também víamos irem a escola, cada um, com o uniforme escolar impecável. Dona Lior na barrela, entregando trouxas de roupa lavada e educando os filhos sozinha. Vimos Corina se formar, em professora e depois, junto com sua irmã, Clara ingressarem na universidade . Vimos também Reizinho ingressar na Escola Técnica Federal da Bahia.... Ninguém lhes dizia: "vocês podem". Impossível dizer isto para eles....Eles sabiam de suas limitações.Eles não podiam. Mas, eles queriam...Depois de certo tempo, procurou-se pela família de D.Lior. Haviam se mudado...." Collete Zolah.
Histórias assim, continuam a se repetir até nossos dias.....Sempre ouvimos dizer que querer é poder.E é .Se você quer , empenhe-se. Você pode.
Imagem do google.com
Noé nasceu e era um bebê muito diferente. Cheio de luz. Muito branco em relação aos seus pais. Era albino. Desde criança ele escutava as pessoas de seu tempo e seus pais falarem sobre a água que estava no céu e que iria descer. Muitas pessoas morreram antes deste acontecimento, inclusive seu pai Lameque. Mas, seu avô, Matusalém, tinha plena certeza disto.Passou a segurança para Noé. Este passou a centrar- se na possibilidade. Como sobreviver. Queria que Deus o livrasse e passou a ter um proceder de acordo para achar favor divino
E, não é que achou mesmo? Deus olhou para ele e considerou sua pessoa e o quisera salvar. Noé, conforme o relato no livro bíblico de Gênesis, recebeu toda a orientação para fazer a arca do livramento. Que beleza!
Graça Nunes.
A História do Dilúvio, considerada mito que está na base da história "mitológica" de todas as civilizações, parece ter sido um freio inteligente, para uma era, que fugia ao controle do que se quer alcançar com a existência da humanidade. Fez parte também de uma necessidade física do planeta, havia muita água na atmosfera, era necessário reorganizar a água. A terra se modificava. Foi avisado. " Vai cair água do céu!!!". Isto nunca tinha acontecido. Havia dúvidas e havia chicana. Havia também o ver para crer, tantas atitudes. Todas permitidas. Todos livres para fazer suas escolhas, um grupo de pessoas, se preparava, estavam ouvindo a Natureza, acatando a "voz de Deus" . Fizeram a caixa de madeira. Os animais que são tranquilamente perceptíveis e integrados com o sistema natural foram para o lugar seguro, a caixa quando ficou pronta. Depois as pessoas entraram na caixa e a sua porta foi fechada por fora. Lacrada. Vedada. Nada mais podia entrar, nem sair; só animais voadores por suas aberturas superiores. Dias depois a água desceu com tudo. Água de cima e subiram as águas de baixo. Uma grande revolução geofísica, planetária. Invencível para humanos de todos os tamanhos, seres vivos gigantescos da terra seca, fora da caixa de Deus. Escapou somente quem ouviu, quem prestou atenção, quem se movimentou na direção do cuidado, na obediência a Deus, aqueles que Deus quisera salvar. Era uma transformação e ele, o Creador queria prosseguir com sua criação. Então estamos aqui, com todas as explicações possíveis, sobre o fato de estarmos aqui.(se desejar, leia o livro de Gênesis, na Bíblia Sagrada.
Graça Nunes
Angélica sentada na cama, sentiu que sua hora chegava.Chamou sua filha.Veio sua neta que mal começara a andar e ela não gostava do bebê. Não havia elegido aquela neta como era...Angélica tinha seus preconceitos e opiniões..Tornou a chamar a filha e pediu a menininha, sua neta:"Por favor, chama tua mãe". A bebê saiu. Não voltou mais, nem a mãe veio ao quarto. O vento balançava a cortina da porta do cômodo da moribunda Angélica, que silenciou ali sob a tênue claridade da telha de vidro no telhado, sozinha. Dali sua força ativa, não encontrando mais firmeza, nem condições de atividade, naquele corpo inchado, saiu, seguiu pela sala, ninguém sabia; passou pela porta em direção a grande luz, deixando o antigo meio, inerte, opado sobre uma cama estreita;entrou no cosmos...Adeus....A vida também é assim: morrer. Não se quer saber
Maria das Graças Nunes.
O enterro era de uma coleguinha que sorria o tempo todo e eu sorria com ela porque achava isto muito bom. Ela tinha uma moléstia, que a fazia ausentar-se da escola, não podia comer certas coisas. Um dia, depois de um feriado que chamamos hoje de prolongado, tivemos de ir ao seu enterro. A situação não era triste. Mas, eu sabia que fora um alívio para toda a angústia da minha amiguinha de escola. A doença a limitava, ela não se sentia bem com isto.Toda a escola parecia estar no cortejo Seu sorriso alegre estava no ar. Eu sorria, sorria era incontrolável... Tive que sair do meio. Fui levada para lugares ermos do cemitério. Os colegas achavam que não deveria.... Ninguém entendia. Depois do velório passou. Voltamos para casa e eu pensava na vida e tentava desculpar a morte. Morria-se por doença do ambiente . Morria- se de acidente. Alguém podia provocar a morte de outrem. Morria-se de velho(a). ....
Graça Nunes.
