terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Chane Easy

 Quando vi Chan pela primeira vez, ela vivia em. Bar de esquina de rua de um bairro de gente materialmente pobre. Ela era ainda bem pequena. Dormia e acordava ali. Tomava café com leite e comia pão com manteiga. Talvez se sentisse, organicamente, mal com isto. Mas, parecia tranquila e grata. Eu senti muita candura por ela . Não sabia que era fêmea e que um dia estaria na minha casa. No dia em que Chame foi levada para a nossa casa ela ficou relaxada e dormiu muito depois de bem alimentada. Encontrará um lar e sua vida foi muito boa. Entrou no cio engravidou teve lindos filhotes que eu não tive o prazer de criar. Sua vida sofreu uma violência,por ela roubar um filé de peixe que estava em degelo sobre a pia da cozinha. Provocando a ira do dono da casa que não teve piedade de colocar ela e seus filhotes em um saco e levar para lugar ermo. Fiquei impotente diante de tanta guria. Não tive argumentos. Chorava por ela e todos eles procurei-os . Não sabia para onde foram levados. Passaram-se dias e era madrugada. Eu ouvi um miado. Outro e outro. Depois vi um barulhinho. Ela apareceu na janela do quarto. Que alegria e muita emoção. Ela voltara. Voltara sozinha sem os filhotes . . Eu a acolhi. Nada falei. Continuamos a viver. Mudamos de casa. Ela mudou-se conosco. Evitou namorar ,por muito tempo. Talvez pensando que não podia fazer assim. Para a outra casa ela já estava com a gravidez bem adiantada e seu parto foi traumático. Mas, desta vez pariu e ficou com seus filhotinhos. Tive o prazer de tê-los no meu seio de vê-los crescer,tornarem-se belos bichanos de alguns serem levados pela beleza,para outras casas. Ela ficou comigo todo o tempo, na minha solidão e nas minhas noites claras de insônia por pavores. Chance era uma amiga livre e constante. As vezes ela ficava só em casa. Sabia onde estava sua ração e sua água. Entrava e saia pela veneziana, sem vidro, da janela da salinha. Cuidava de tudo e quando eu voltava era só carinho e muita amizade. Depois eu conto como né separei desta grande amiga..

Graça Pereira Nunes.

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